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XX Semana Gastronómica do Capão à Freamunde: A tradição serve-se à mesa, mesmo sem aves na rua

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XX Semana Gastronómica do Capão à Freamunde: A tradição serve-se à mesa, mesmo sem aves na rua

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Já não há segredos, apenas a confirmação de uma receita que dura há duas décadas. A apresentação da XX Semana Gastronómica do Capão à Freamunde decorreu esta quarta-feira, dia 26 de novembro, lançando o evento que vai ocupar as mesas do concelho entre 1 e 13 de dezembro.

Se antigamente, como recordou o embaixador honorário Fernando Gil Melo, os antepassados “não tinham acesso ao capão”, hoje a realidade é bem diferente. A organização assume o compromisso de “democratizar” o consumo desta “ave sacramental e festiva”.

Arménio Ribeiro, presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, explica que o objetivo passa por garantir que o produto deixa de servir, como noutros tempos, apenas “como forma de gratificar”, chegando “a todas as casas” e não apenas nesta época festiva.

Para cumprir esse desígnio, os oito restaurantes aderentes (Aidé, A Presa, A.Rei.A, Taberna Monte do Campelo, O Tarasco, São Domingos, Parrilhada e Os Primos) mantêm a aposta no serviço à dose, com valores a partir dos 50 euros. Para quem prefere levar para casa, o take-away começa nos 180 euros por um capão inteiro e 90 euros por meio capão. A recomendação da organização é a de sempre: fazer marcação prévia.

Se a receita se mantém, a rede de promoção não para de crescer. Júlio Morais, vice-presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, destacou o facto de já serem “mais de 50 embaixadores” a levar o nome do capão mais longe. Este ano, o destaque foi para a "prata da casa": Sandro Meireles, chef natural de Paços de Ferreira, foi entronizado como embaixador de 2025.

O autarca não escondeu o “orgulho” na escolha, revelando ainda que o chef se prepara para abrir um restaurante de autor no concelho. Para Sandro Meireles, o título acarreta uma responsabilidade acrescida: “Para mim, torna-se uma missão, sendo cá da terra”.

Mas, a ambição da organização foi mais longe. “Quisemos que o capão voasse”, afirmou Júlio Morais, anunciando aquela que é a grande novidade geográfica desta edição: a presença, pela primeira vez, de um restaurante das ilhas, representado pelo chef António Luís, da Madeira.

O painel de novos embaixadores fica completo com nomes consagrados do panorama nacional, como os chefs Marlene Vieira e João Sá (ambos com Estrela Michelin em Lisboa) e Helena Carvalho (Amarante), bem como o profissional Cláudio Cipriano (Mealhada).

Capão todo o ano e stock garantido

A conferência serviu também para desfazer o mito da sazonalidade. Júlio Morais explicou que, fruto do trabalho conjunto entre a autarquia, a Associação de Criadores e a restauração, o consumo deixou de estar limitado a dezembro e ao dia de Santa Luzia.

“Qualquer pessoa que queira comer Capão à Freamunde pode escolher e vir cá quando quiser, em dezembro, no verão, na primavera, no outono”, garantiu o autarca. Para estas ocasiões fora da época festiva, o único requisito é fazer a reserva com 48 horas de antecedência, respeitando o tempo que a ave necessita de “estar em temperos” e as especificidades da receita.

Sobre a disponibilidade do produto para esta Semana Gastronómica, o vice-presidente foi perentório: “Não há falta de animais”. O esclarecimento surgiu a propósito do furto de 215 capões, ocorrido há cerca de um mês numa quinta da Associação. Segundo Júlio Morais, como em anos anteriores se verificou escassez em meados de janeiro, os criadores tinham apostado em aumentar o efetivo para esta campanha. Esse excedente acabou por amortecer o impacto do furto, garantindo que o mercado mantém as quantidades habituais.

O que muda este ano é a vertente visual na rua. Devido ao alerta da DGAV sobre o “alto risco de disseminação” da gripe aviária e à obrigatoriedade de confinamento, não haverá concurso de capão vivo. Ricardo Graça, da Associação de Criadores, resumiu a limitação: “O capão não pode circular vivo”.

Apesar de se perder o “privilégio de ver” as aves expostas na feira, a organização assegura que a comercialização e o abate decorrem com normalidade e segurança.

Entre a fé e a mesa: o convite final

A Semana Gastronómica encerra a 13 de dezembro, dia de Santa Luzia e da feira, momento em que Freamunde assiste a uma simbiose particular. Arménio Ribeiro descreve-o como o encontro entre “o profano e o religioso”. Se muitos procuram a feira e a gastronomia, outros acorrem à Capela de Santo António para cumprir promessas à “advogada dos olhos”.

“Juntam-se aqui um bocadinho”, notou o presidente da Junta, reforçando o convite para que visitem a cidade, vejam as festividades e provem a iguaria, pois “vale a pena”.

Mesmo sem o concurso de aves vivas na rua, a competição mantém-se acesa dentro de portas. O concurso gastronómico irá, como habitualmente, premiar o restaurante que apresentar a melhor confeção. Bruno Silva, da Associação de Jovens ao Futuro (AJAF), garante que, apesar das dinâmicas serem sempre diferentes, a organização continua “rigorosa em todos os procedimentos”.

No final, o sucesso depende de quem serve. “Sem os restaurantes esta semana não existia”, reconheceu Júlio Morais, lembrando que o verdadeiro motivo da festa é o orgulho num produto IGP único e na “forma como confecionamos o Capão à Freamunde”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: www.averdade.com

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